terça-feira, 21 de janeiro de 2014

It's a piece of cake

Por tudo que aconteceu no meu dia, por tudo que, principalmente, não aconteceu, eu coloco essas palavras para passear. Advindas de um processo de dias talvez um pouco longos, elas se tomam forma e maturaram até poderem ir ao forno, assar. Espetei o palito, veio sem massa crua, então...

Não exista nada mais bonito do que o amor (vide Coríntios 13 - Bíblia Sagrada). O amor verdadeiro é tão lindo que dói, tão quente que ferve, tão puro que se faz chorar. O amor move todo o ser em prol de si, proporcionando uma gama de sentimentos, sendo alguns deles, nada parecidos com o amor. Mas como diferenciar joio de trigo? Feche seus olhos imundos e humanos e abra os olhos com que realmente se pode ver. Já dizia um príncipe bem pequeno que o essencial era invisível; ainda sim, ele conseguia conhecer o que era essencial, ao ponto de notificar.

No amor não há medo. Você arrisca. E você quebra sim. Perde tudo. Chora. Há desespero. A diferença é que há conforto, existe amor. Mas existe amor, não tolice. Atos de coragem desmedidos e inconsequentes não são amor, são pura burrice. Imaturidade (e tolice) é você sonhar e construir um castelo no ar. Vem uma brisa suave e leva seu sonho tão fácil quanto o estourar de uma bolha de sabão. Ploc. Esse pequeno barulho pode ser fator desencadeante para o destilar do fel no organismo. Então você envenena sua vida por um sonho que era uma ilusão. (Convenhamos que sonhar de fato está ligado à execução de meios para concretização). E ainda acaba por comprometer suas futuras pseudo construções (porque nesta altura da vida, quero crer que você já ficou mais esperto e realmente está tentando construir algo). Você não consegue construir, por que será? Eu respondo: construções precisam ser concretas, principalmente no que tange a sonhos; e se o alicerce é uma falácia, como seu sonho irá ser sustentando, seu imbecil?

Construções de sonhos são processos longos, tem a duração de aproximadamente uma vida inteira, e muita dor envolvida. Muitas lágrimas, paciência. Não se tem medo quando há certeza no que se faz, principalmente se essa certeza é uma loucura. E só é nomeada como "loucura" porque está fora dos padrões acreditar que é melhor investir no invisível. Pode existir uma casa gigante, toda construída e alicerçada no amor, porém só será visível para os que merecem ver. É um preço um pouco caro, pois envolve fazer a mesma escolha todos os dias, incansavelmente, com o mesmo entusiasmo do primeiro dia, se possível. Tem tanto que é oferecido de graça, que aparentemente constrói mansões, mas aos olhos de todos, acimentadas com egoísmo e torpor.

Por fim, não acho que se encontre o amor, como se encontram sonhos em padarias. O amor existe a partir do momento que você escolhe ter amor. E não, a culpa não é do outro se você não consegue o amar, pois é você que não consegue se amar ao ponto de transbordar para outro alguém.

Encerro aqui pra massa não passar do ponto.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Água no meu feijão

Tá tudo assim: sem tempero, sem gosto. A vida tem tanto condimento que já não dá mais pra sentir o sabor real. Tem vezes que é comum pensar que a tristeza é normal, mas não é. É preciso sentir algo, é preciso ter fé.

Mas eu me recuso a sentir de qualquer jeito. Eu me recuso a esfriar demais a sopa. Eu não quero parar de comer leite condensado. Mas não aguento a sensação de morder um picolé (dentes sensíveis). Eu ainda choro quando corto cebolas (e eu me corto junto!).

A verdade é que a vida está meio rala, como um caldo de feijão que não engrossou. Parece que tem alguém sabotando a minha comida. Tem sempre alguém pra levar embora meu saco de biscoitos. E eu me sinto como se não sinto. Se minto, não finjo.

Eu sei que eu não vou mais me defumar! Foi-se o tempo. O "cozir" do banho-maria é sensacional, porém tão longo. Muitos dizem que microondas tem o mesmo efeito. Engano. Tolice. Pois nem a própria panela de pressão é capaz de produzir o efeito que um cozimento natural proporciona.

Agora já chega. Eu ia "tampar" esse texto, mas não sei por onde anda minha tampa...

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Nós somos uma constelação de estrelas
Pedaços estilhaçados no espaço
Nada faz jus ao tempo que perdemos
Percorrendo a distância do intangível.

Não sabemos para onde vamos
Um ímã nos puxa, e vamos.
Tolos!

O universo é grande demais e está em expansão
Vai ficar do tamanho da sua mediocridade
Certas coisas não podem ser resolvidas com uma lágrima ou uma canção
É preciso haver dor. Mas e se a sinceridade for em vão?
Que haja dor onde houver amor. Que haja sangue e libertação.


 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Bom(?) dia


Bom dia pra você que já deu bom dia pra alguém hoje.
E mesmo assim não quer se levantar.
Simplesmente porque a vida é revoltante
e algumas marcas não se pode apagar.
 

Eu poderia descer as escadas, com a força que ainda há em mim
Mas eu prefiro arrancar pétalas de flores mentalmente
no meu jardim.


Já faz um tempo que minha redoma foi destruída,
minha espada está parada, mas ainda me sinto ferida.
Não quero ficar escondida.



Pela vida fui interrompida, bem como o estado de humor
que corria sem sair do lugar.

E agora não consigo nenhum som nem palavra, que me faça retornar.

Natal

A tristeza se instalou no campo e teve gosto em ficar.
Faz tanto frio no sol, que lágrimas já não se podem contar.
É a exatidão no abstrato tudo que não se pode achar.

Solidão. Pausa. Prisão. Tortura.

E a morte, que não vem? Ela está presente em cada minuto de vida.
Tolamente não anseio por ela.

Primeiro gole

Diante da imensidão do nada, eu retorno das cinzas onde nunca estive.
Sou como uma flor plantada na pedra, à espera do descongelamento do sol.